quarta-feira, março 24

saindo do ovo.

Segunda-feira eu me enfiei num onibus e vim parar em São Paulo, como a viagem é enorme, tive tempo de pensar em muitas coisas, muitas mesmo. Não sei se as poucas pessoas que ainda visitam esse blog vão ter saco de ler, não sei nem se eu teria, na verdade, não sei se esse é o lugar certo para dizer o que quero, mas se eu não me sentir "segura" para escrever o que me der na telha no meu próprio blog, onde mais eu poderia me sentir? Talvez seja aí que eu queira chegar, sobre poder dizer o que quero sem amarras, e ultimamente isso tem me deixado bastante pensativa, porque, leitoras e leitores, o mundo não é tão legal assim e as pessoas não são tão tolerantes. Eu não quero muitas coisas, mas talvez, as coisas que quero sejam vistas como utopia, assim sendo, eu não seria nada mais do que uma sonhadora, e sinceramente, às vezes percebo que estou com as mãos atadas e isso me desespera. O que eu quero é que as pessoas possam amar quem elas quiserem, quero poder usar um vestido sem que as pessoas achem isso extraordinário da minha parte por "não abandonar a minha feminilidade", quero poder usar uma bermuda de tactel (aquelas chamadas de masculinas) quando me der vontade, quero que as pessoas tenham os cabelos do jeito que elas querem sem que sejam condenadas devido à esteriótipos , quero que parem de taxar de chatas quem eu insiste em corrgir quem usa o termo "homossexualismo". Não quero beijo homossexual em novela das 8 e nem uma parada uma vez por ano para lembrar que tantas pessoas existem, e justamente nesse dia, algumas dessas pessoas são espancadas. Justamente, quero que as pessoas possam andar na rua de mãos dadas sem que haja um grande perigo e que adolescentes parem de se suicidar, também quero que para quem ainda consegue ter uma religião, possa continuar com suas crenças, porque eu realmente admiro quem consegue acreditar em algo (porque eu não) e provar que as mesmas palavras que usam para condenar, interpretadas de outra maneira, incentivam o amor (clichê, eu sei, mas tem dois filmes que todo mundo deveria ver: "Jihad do amor" e "For the biblle tells me so"). Também quero que não haja pena de morte para homossexuais e nem para qualquer ser humano , quero que jovens não precisem fugir de casa e principalmente, que desassociem a homossexualidade de determinados comportamentos.

Ser homossexual não determina quem a pessoa é. Meu nome é Larissa, tenho 18 anos, sempre morei em Itanhaém mas agora moro e estudo em Marília. Gosto de cinema e literatura, até pensei em estudar essas duas coisas, mas optei por Ciências Sociais. Minha comida preferida é macarronada, adoro uma coca-cola no calor, podem me chamar de brega, mas já assisti "O fabuloso destino de Amélie Poulain" mais de 15 vezes, minha cor preferida é verde e gosto de meninas. Isso é só um aspecto.

Nenhum comentário:

Postar um comentário